Economia

Publicado em 12 de Dezembro às 08:54:30

Compasso de espera para as decisões de política monetária

Após os dados do mercado de trabalho da economia americana divulgados na sexta feira jogarem um balde de água fria no otimismo dos investidores em relação à política monetária americana, a semana que começou ontem mostrou os investidores em “compasso de espera” na expectativa quanto às decisões do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil sobre as taxas básicas de juros dos dois países.

Existe unanimidade quanto a manutenção da taxa básica de juros nos Estados Unidos, entre 5,25% e 5,50% ao ano e redução de 0,5 pontos de porcentagem da SELIC no Brasil. A expectativa é quanto à sinalização que será dada pelos comunicados divulgados após as reuniões quanto à evolução futura da política monetária.

Dado o otimismo dos investidores em relação à trajetória da inflação nos Estados Unidos, o Federal Reserve tem tentado manter as expectativas sob controle, sinalizando que, como a taxa de inflação, principalmente os núcleos, permanece em níveis muito acima da meta para a inflação do banco central, será necessário manter a taxa de juros em níveis elevados para conseguir fazer com que a taxa convirja para a meta no horizonte relevante. Nossa avaliação é que o comunicado desta semana deverá manter esta sinalização.

No caso do Banco Central do Brasil, a expectativa dos investidores é quanto à sinalização dos futuros passos da política monetária. Dada a desaceleração dos núcleos, da inflação de serviços, dos serviços subjacentes, a expectativa é se o Copom irá substituir o plural (nas próximas reuniões) pelo singular (na próxima reunião) na indicação dos próximos passos da política monetária. Caso o Comitê utilize o singular, sinalizaria uma aceleração dos cortes de juros no futuro. Nossa avaliação é que com o cenário fiscal pouco definido e expectativas para a inflação em prazos mais longos desancoradas, o Copom deverá manter cautela no comunicado.

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