Após os dados do mercado de trabalho da economia americana divulgados na sexta feira jogarem um balde de água fria no otimismo dos investidores em relação à política monetária americana, a semana que começou ontem mostrou os investidores em “compasso de espera” na expectativa quanto às decisões do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil sobre as taxas básicas de juros dos dois países.
Existe unanimidade quanto a manutenção da taxa básica de juros nos Estados Unidos, entre 5,25% e 5,50% ao ano e redução de 0,5 pontos de porcentagem da SELIC no Brasil. A expectativa é quanto à sinalização que será dada pelos comunicados divulgados após as reuniões quanto à evolução futura da política monetária.
Dado o otimismo dos investidores em relação à trajetória da inflação nos Estados Unidos, o Federal Reserve tem tentado manter as expectativas sob controle, sinalizando que, como a taxa de inflação, principalmente os núcleos, permanece em níveis muito acima da meta para a inflação do banco central, será necessário manter a taxa de juros em níveis elevados para conseguir fazer com que a taxa convirja para a meta no horizonte relevante. Nossa avaliação é que o comunicado desta semana deverá manter esta sinalização.No caso do Banco Central do Brasil, a expectativa dos investidores é quanto à sinalização dos futuros passos da política monetária. Dada a desaceleração dos núcleos, da inflação de serviços, dos serviços subjacentes, a expectativa é se o Copom irá substituir o plural (nas próximas reuniões) pelo singular (na próxima reunião) na indicação dos próximos passos da política monetária. Caso o Comitê utilize o singular, sinalizaria uma aceleração dos cortes de juros no futuro. Nossa avaliação é que com o cenário fiscal pouco definido e expectativas para a inflação em prazos mais longos desancoradas, o Copom deverá manter cautela no comunicado.