Ontem foi divulgado o IPCA do mês de junho, mostrando deflação de – 0,08%. As expectativas dos investidores apontavam para uma deflação um pouco maior, de – 0,10%. A média dos núcleos da inflação, um indicador importante para o Banco Central, também mostrou trajetória de desaceleração, saindo de 0,37% para 0,20% ao mês.

Apesar da deflação e da desaceleração dos núcleos da inflação, a composição do índice veio um pouco pior do que o esperado pelos analistas. Em especial, os preços dos serviços, dos serviços subjacentes e dos serviços intensivos em trabalho aceleraram acima do esperado.

serviços apresentaram crescimento de 0,62% no mês de junho, acelerando em relação aos – 0,06% do mês de maio, os preços dos serviços subjacentes aceleraram de 0,38% para 0,67% entre maio e junho e o dos serviços intensivos em trabalho passaram de 0,29% em maio para 0,41% em junho. Este resultado pode estar indicando que o mercado de trabalho está muito apertado, gerando reajuste de salários não compatíveis com a meta para a inflação.

Ao mesmo tempo, o programa de subsídios à venda de veículos novos gerou uma queda dos preços dos carros. Sem este programa, a inflação teria sido de 0,03% no mês de junho.

Com esta composição menos positiva que o esperado, apesar da deflação do número cheio do IPCA, nossa expectativa é que o Banco Central deverá iniciar o processo de queda da taxa SELIC em 0,25 pontos de porcentagem na reunião de agosto o Copom.