As transações correntes do balanço de pagamentos registraram déficit de US$ 2,9 bilhões em maio, vindo melhor do que o consenso de mercado. No entanto, isso não impediu que nos primeiros 5 meses de 2025 o resultado da conta corrente fosse o pior para o período desde 2015.
Em relação ao mês de abril, as exportações e as importações continuaram em patamar similar, sugerindo que o mau resultado da balança comercial foi algo pontual e que ficou circunscrito ao 1º bimestre do ano.
Já a balança de serviços registrou déficit de US$ 4,7 bilhões em maio, uma queda de 1,2% a/a (déficit de US$ 4,8 bilhões no mesmo mês de 2024). Nos 12 meses findos em maio o déficit foi de US$ 55,9 bilhões, enquanto que no acumulado de 2025 o resultado negativo do período foi o maior desde 2014.
Por sua vez, o déficit em renda primária foi de US$ 5,2 bilhões em abril, queda de 2,6% a/a comparativamente ao déficit de US$ 5,3 bilhões do mesmo mês de 2024. O destaque da balança de rendas se deu na despesa com juros, que alcançou US$ 1,7 bilhão em maio, numa alta de 23,1% a/a.
No tocante a conta financeira, o Investimento Direto no País (IDP) totalizou ingressos líquidos de US$ 3,7 bilhões em maio, resultado que acabou ficando abaixo até mesmo do piso das estimativas de mercado (US$ 3,9 bilhões, Broadcast+). Na métrica em 12 meses, o IDP (US$ 70,5 bilhões, 3,31% do PIB) continuou a ficar acima do déficit em transações correntes (US$ 69,4 bilhões, 3,26% do PIB), ainda que por uma margem estreita. Essa condição das contas externas apertadas deve perdurar até pelo menos o final do ano, podendo se estender também ao longo de 2026 e até piorar caso os novos impulsos de demanda (consignado CLT e isenção de IRPF até R$ 5 mil) interrompam o arrefecimento da atividade econômica.