Como esperado, o Copom decidiu por unanimidade reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira, a SELIC, em 0,5 pontos de porcentagem em sua reunião da última quarta feira, levando a taxa para 12,25% ao ano. Foi a terceira queda seguida de mesma magnitude. No comunicado que se seguiu à reunião, o Comitê indicou que, caso o cenário esperado se materialize, novas reduções de mesma magnitude estão no horizonte.
O Comunicado chamou especial atenção para o cenário internacional, que foi classificado como “adverso”, em especial devido ao aumento das taxas de juros dos títulos mais longos do governo americano e as incertezas quanto à evolução da taxa de inflação nos países desenvolvidos.
Segundo o Comitê, a magnitude do ciclo de queda da SELIC depende de um conjunto de variáveis, tais como o comportamento da taxa de inflação dos grupos mais sensíveis à política monetária, a reancoragem mais segura das expectativas para a inflação, principalmente as de maior prazo, o hiato do produto e a evolução do balanço de riscos.
Apesar das declarações do Presidente Lula da Silva de que não pretende fazer corte de gastos para atingir as metas fiscais, o que significa que dificilmente as metas serão atingidas, o Copom manteve a afirmação de que “tendo em conta a importância das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas.” A frase, a nosso ver, é ainda mais forte que a do comunicado da reunião anterior, na medida em que a palavra “reforça” do comunicado anterior foi substituída por “reafirma”. O que sugere uma redução da magnitude do atual ciclo de ajuste da SELIC.