O índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano veio ao encontro das expectativas em outubro. O índice cheio avançou 0,2% m/m, enquanto a métrica em doze meses acelerou para 2,6% a/a. Já o núcleo, que exclui itens voláteis (energia e alimentos), registrou um avanço mais expressivo de 0,3% m/m e 3,3% a/a.
Dentre as surpresas negativas, destacaram-se os aluguéis, que voltaram a ficar mais pressionados e a registrar a mesma taxa de inflação mensal dos meses anteriores (0,4% m/m), e algumas métricas de serviços (serviços médicos e de energia).
Além disso, a combinação desse CPI com um índice de preços ao produtor (PPI) mais alto, para o qual esperamos uma variação de 0,24% m/m e 2,28% a/a para o PPI cheio e de 0,27% m/m e 3,16% a/a para o núcleo em outubro, deve resultar numa inflação mais pressionada ao longo de todo o 4º trimestre, num quadro semelhante ao do 1º trimestre do ano em termos surpresas inflacionárias.
Visto isso, apesar de ainda termos como cenário base um corte de juros de 25 pontos base, vemos como crescente a chance de o Fed ser forçado a interromper o ciclo de afrouxamento monetário na próxima reunião de dezembro em vista dos dados de atividade econômica ainda forte e métricas importantes de inflação que tiveram o seu processo de desinflação interrompido e até mesmo revertido na ponta.
Para 2025, optamos por ainda não revisar o nosso cenário de apenas um corte de 25 pontos base na Fed Funds rate por trimestre, totalizando 100 pontos base de afrouxamento monetário total no ano que vem.