O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da economia americana variou 0,3% no mês de abril, em relação a março, um pouco abaixo das expectativas dos analistas que apontavam para uma variação de 0,4% no mês. O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, também apresentou crescimento de 0,3% no mês. Em 12 meses, o índice cheio desacelerou de 3,5% para 3,4% e o núcleo desacelerou de 3,8% para 3,6%.
A desaceleração do CPI foi um dado positivo e gerou otimismo entre os investidores, aumentando a probabilidade de que o Federal Reserve (Fed) inicie o processo de redução das taxas de juros na reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). Entretanto, a nosso ver, os sinais são ainda pouco convincentes. Na margem, ou seja, se tomarmos a média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada, o núcleo do CPI está correndo próximo a 4,0% ao ano. O dobro da meta de 2,0% ao ano do Federal Reserve.
Além de uma taxa de inflação acima da meta, o mercado de trabalho da economia americana continua bastante apertado, com taxa de desemprego em nível muito abaixo do considerado neutro, 3,9% contra 4,4%, e salários crescendo muito acima do compatível com a meta de 2,0% ao ano.
Em outras palavras, para que o Fed decida iniciar o processo de queda em setembro de forma responsável, será indispensável uma forte desaceleração da taxa de inflação nos próximos meses, o que não tem sido a norma neste início de 2024.