O índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano confirmou as nossas expectativas de arrefecimento em julho. O índice cheio avançou 0,2% m/m conforme o esperado e surpreendeu positivamente o consenso na métrica em doze meses, saindo de 3,0% a/a para 2,9% a/a. Já o núcleo, que exclui itens voláteis (energia e alimentos), veio em linha com o esperado, registrando alta de 0,2% m/m e 3,2% a/a.

Dentre as surpresas negativas, destacaram-se os aluguéis, que voltaram a ficar mais pressionados e a registrar a mesma taxa de inflação mensal dos meses anteriores (0,4% m/m), alguns itens do grupo de energia e algumas métricas de serviços.

A despeito disso, a combinação de um índice de preços ao produtor (PPI) com um CPI mais benéfico tanto no resultado agregado do índice cheio como do núcleo tende a favorecer a inflação medida pelo PCE (métrica favorita do Fed), que deve apresentar um crescimento modesto dos preços na próxima leitura referente a julho.

Tomados em conjunto, esses fatores devem permitir ao banco central norte-americano dar início ao processo de afrouxamento monetário já na sua próxima reunião em setembro. Embora ainda haja uma discussão em aberto no mercado no tocante a magnitude do corte (25 ou 50 pontos base), os dados da economia americana divulgados até aqui dão respaldo apenas para uma flexibilização monetária mais modesta, de 25 pontos base duas vezes nesse ano.