O Ministério do Trabalho e do Emprego divulgou nessa quinta-feira (27/06) o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) referente ao mês de maio. Embora a criação líquida de postos de trabalho formais tenha vindo bem abaixo do esperado, com a geração de apenas 131,8 mil vagas, o mercado de trabalho no país permanece forte.
As enchentes no Rio Grande do Sul foram responsáveis por parte dessa desaceleração observada no mês. O estado foi a única unidade da federação com saldo negativo de geração de vagas (-22,2 mil). Apesar disso, esse resultado negativo deve ficar restrito ao mês de maio, não afetando as próximas divulgações, como tampouco o resultado do ano, para o qual ainda esperamos a criação de 1,8 milhão de postos de trabalho formais.
Abrindo por setor, o de serviços foi responsável pela abertura de 69,3 mil vagas em maio, seguido pelo setor da agropecuária (19,8 mil), construção civil (18,1 mil), indústria geral (18,1 mil) e comércio (6,4 mil).
Esses saldos líquidos positivos de geração de empregos disseminados entre os grupamentos de atividade reforçam a percepção de robustez da economia neste início de ano. Dessa forma, o mercado de trabalho deve permanecer resiliente, ainda que uma desaceleração seja esperada. Nesse contexto, avaliamos que a resiliência da atividade econômica, somada com um mercado de trabalho ainda apertado, que não tem perspectiva de dar margem para alívio das principais métricas de inflação (serviços subjacentes e intensivos em trabalho), devem atuar como fatores limitantes para a retomada do ciclo de afrouxamento monetário, de modo que a taxa Selic deve encerrar o ano em 10,50% a.a.