Os dados da economia americana continuam surpreendendo os investidores. Ontem foi divulgado o índice de preços ao consumidor do mês de setembro (CPI) e o número de pedidos de auxílio desemprego da semana encerrada em 5 de outubro.
A taxa de inflação ao nível do consumidor, conforme medida pelo CPI, surpreendeu negativamente com um aumento de 0,2% no mês de setembro em relação a agosto e 2,4% em termos anuais, contra expectativas de 0,1% e 2,3% respectivamente. Ao mesmo tempo, o núcleo do CPI no mês de setembro em relação a agosto foi de 0,3% (expectativas de 0,2%) e 3,3% em termos anuais (expectativas de 3,2%).
Por outro lado, o número de pedidos de auxílio desemprego apresentou um comportamento pior que o esperado, com aumento de 33 mil pedidos, para 258 mil, na semana terminada em 5 de outubro, quando as expectativas apontavam para 229 mil pedidos. Na mesma direção, os pedidos continuados de auxílio desemprego na semana terminada em 28 de setembro aumentou para 1,861 milhão, acima da projeção dos analistas que apontavam para 1,828 milhão de pedidos continuados de auxílio desemprego.
Se, por um lado, a taxa de inflação surpreendeu negativamente, o que poderia indicar maior conservadorismo da política monetária, de outro, o aumento do número de pedidos de auxílio desemprego pode estar indicando um mercado de trabalho em desaceleração mais forte que a esperada, apontando para uma política monetária menos contracionista.
O efeito líquido para os investidores foi a retirada da mesa da possibilidade de redução da taxa básica de juros em 0,5 pontos de porcentagem na próxima reunião do Fomc e o aumento da probabilidade de uma redução de 0,25 p.p., com a probabilidade de estabilidade voltando ao cenário, ainda que de forma minoritária (aproximadamente 22% das apostas).