Os dados desta semana devem definir os caminhos da política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. Nos Estados Unidos, teremos inflação (CPI), confiança do consumidor e expectativas para a inflação da Universidade de Michigan e do Federal Reserve. No Brasil, dados do IPCA de agosto, expectativas para a inflação da pesquisa Focus e indicadores de atividade (comércio, serviços e o IBC-Br, o índice de atividade do Banco Central).
Nos Estados Unidos, o consenso entre os analistas e investidores é que os dados deverão indicar o tamanho da redução da taxa básica de juros pelo Fomc, se – 0,25 p.p. ou – ,50 p.p.. No Brasil, a dúvida é se os dados irão validar a expectativa de grande parte dos investidores de que o Banco Central deverá retomar a trajetória de aumento da taxa de juros, apesar de a avaliação geral ser de que o IPCA de agosto deverá mostrar desaceleração em relação a julho.
A questão no Brasil é o desconforto dos investidores e dos diretores do Banco Central quanto às expectativas para a inflação, que continuam em processo de desancoragem, o que faz com que o dado da pesquisa Focus divulgado hoje se torne bastante importante para definir se o possível aumento da SELIC será de 0,5 p.p.ou 0,25 p.p..
Além das expectativas desancoradas, a trajetória da atividade econômica é uma preocupação, pois já sinaliza um hiato do produto bastante pressionado e mercado de trabalho apertado.
É esta combinação de hiato pressionado, mercado de trabalho apertado e desancoragem das expectativas que, para muitos investidores, indica a necessidade de reiniciar o processo de aumento da SELIC na reunião da próxima semana.