Após um dado abaixo do esperado para o índice Empire State de Atividade Industrial, as vendas no varejo e a produção industrial nos Estados Unidos vieram bem acima do esperado pelos analistas de mercado.
As vendas no varejo avançaram 0,7% m/m em setembro, bem acima das expectativas de 0,3% m/m, a US$ 704,9 bilhões. Excluindo os automóveis, a alta foi de 0,6% m/m no mesmo período. Os dados referentes ao mês de agosto sofreram revisão, saindo de 0,6% m/m para 0,8% m/m e de 0,6% m/m para 0,9% m/m, respectivamente. A produção industrial, por sua vez, contrariou a previsão de contração de 0,1% m/m e avançou 0,3% m/m em setembro. Por outro lado, o resultado do mês de agosto sofreu uma revisão baixista, saindo de 0,4% m/m para 0,0% m/m. Já a taxa de utilização da capacidade instalada subiu 0,2 p.p., de 79,5% para 79,7%.
Esses dados apontam para uma atividade econômica mais robusta, puxada principalmente por um avanço considerável do consumo real. O encerramento mais sólido do terceiro trimestre deixa um carrego estatístico relevante para o último trimestre do ano, com a atividade econômica adentrando o período mais forte do que o antecipado. Isso deve levar o Banco Central norte-americano (FED) a promover mais uma alta de juros de 25 pontos-base em alguma das duas reuniões restantes (novembro ou dezembro) daqui até o final do ano.
Por fim, em termos de dados econômicos referentes ao Brasil, tivemos a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) surpreendendo para baixo (-0,9% m/m) em agosto, vindo abaixo até mesmo do piso das estimativas dos analistas (-0,8% m/m, Broadcast+). Apesar do resultado decepcionante e de esperarmos uma desaceleração do setor de serviços nesse segundo semestre, ainda é prematuro cravar que esse é o início do movimento de inflexão do setor dado a sequência de altas anteriores. Os setores que foram os maiores responsáveis pela queda de agosto (transportes e serviços prestados às famílias) haviam apresentado forte alta em julho, portando vinham de um efeito base elevado.