As vendas no varejo dos EUA surpreenderam positivamente em agosto, contrariando as expectativas de retração de 0,2% m/m e avançando 0,1% m/m, atingindo o patamar de US$ 710,8 bilhões. Já na métrica que exclui os automóveis, a alta mensal foi mais modesta, de apenas 0,1% m/m no período. Em relação ao mês anterior houve revisão positiva de 0,1 p.p., com o resultado cheio de julho saindo de 1,0% m/m para 1,1% m/m, enquanto o resultado que desconsidera os automóveis permaneceu em 0,4% m/m.
A produção industrial de agosto foi outro dado a surpreender as estimativas. A alta foi de 0,8% m/m, bem acima do previsto pelos analistas (0,2% m/m). Além disso, a taxa de utilização da capacitada instalada se elevou de 77,4% para 78,0% na passagem de julho para agosto. Por outro lado, diferentemente do ocorrido com as revisões relativas às vendas no varejo, o número de julho da produção industrial foi revisto para baixo, de uma contração de 0,6% m/m para uma queda de 0,9% m/m.
No agregado, esses dados econômicos mais fortes contribuem para afastar os temores de que a economia norte-americana estaria sob risco de entrar em recessão e reforça o cenário de pouso suave (“soft-landing”). Embora um corte de 50 pontos base na taxa básica de juros por parte do FED seja uma possibilidade nessa reunião de setembro, por conta dos dados recentes de inflação (PPI e CPI) que surpreenderam para cima, achamos que o mais prudente nesse momento é o banco central iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com um corte de menor magnitude (25 pontos base) e, caso o cenário permita, acelerar o ritmo de cortes mais à frente.