Os dados da economia americana divulgados esta semana surpreenderam negativamente, mostrando um mercado de trabalho menos apertado, menor crescimento do PIB no segundo trimestre e desaceleração da taxa de inflação entre o primeiro e o segundo trimestres de 2023. A confiança do consumidor atingiu 106 pontos, quando as expectativas dos analistas apontavam para 116 pontos. Foram criadas 8,8 milhões de vagas pela economia americana no mês de agosto, a expectativa dos analistas apontava para a criação de 9,478 milhões de vagas, o total de empregos gerados pelo setor privado atingiu 177 mil no mês (expectativas de 200 mil).
Ao mesmo tempo, a segunda leitura do PIB do segundo trimestre apontou para um crescimento de 2,1% em termos anualizados, quando as expectativas apontavam para 2,6% de crescimento e o Índice de Preços de Gastos com Consumo, o PCE, que é o índice de preços preferido pelo Federal Reserve, desacelerou para 2,5% no segundo trimestre, de 4,1% no primeiro trimestre e o núcleo do índice atingiu 3,7% no segundo contra 4,9% no primeiro trimestre. Todos estes indicadores apontam para uma economia em desaceleração e para um lento processo de redução da taxa de inflação na economia americana.
Diante destes dados, a probabilidade de que o Federal Reserve mantenha a taxa de juros constante na próxima reunião do Fomc passou de 86,0% para 90,5%, enquanto a probabilidade de elevação dos juros caiu de 14% para 9,5% e a chance de pausa no aperto monetário até dezembro também aumentou para 55,3% segundo o monitoramento do CME Group. Estes dados precedem a divulgação do indicador mais importante do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o Payroll (desemprego, variação dos salários nominais e reais, etc.), que será disponibilizado amanhã.
Apesar destes dados indicarem que o Federal Reserve poderá parar o processo de elevação dos juros, o que gerou queda do valor do Dólar, aumento dos preços das ações e queda das taxas de juros nos Estados Unidos, no Brasil os preços dos ativos financeiros tiveram pouca variação, devido à agenda do Congresso, que poderá gerar aumento de gastos e mais dificuldade para cumprir o Arcabouço Fiscal.