Economia

Publicado em 06 de Agosto às 18:19:40

Dados sinalizam superaquecimento da economia brasileira

A combinação da desvalorização do Dólar no mercado financeiro internacional e rápido aumento da taxa de juros no Brasil desde o início de 2025 (3,75 pontos de porcentagem em menos de 6 meses), gerou forte aumento do diferencial de juros em relação às taxas de juros nos Estados Unidos, atração de capital de portfólio para o Brasil e valorização do Real em relação ao Dólar. O resultado, foi pressão desinflacionária e desaceleração da atividade, com melhora das expectativas para a inflação.

Entretanto, os dados começam a sinalizar que a desaceleração da atividade não tem sido suficiente para evitar que sintomas de que a economia brasileira caminha para o superaquecimento começam a surgir. Em especial, a taxa de desemprego atingiu o nível mais baixo da história, com aumentos dos salários reais acime do crescimento da produtividade, ao mesmo tempo em que o déficit em conta corrente da balança de pagamentos entrou em trajetória de rápido crescimento, passando de aproximadamente 1,5% do PIB em 2023 para próximo a 4,0% do PIB em 2025, devido a aumento das importações, queda das exportações e redução dos preços de commodities exportadas pelo país.

O aumento do déficit em conta corrente tem sido acompanhado da redução do fluxo de capitais ao país. Em 2025, o saldo do fluxo de capitais financeiro é o mais negativo da série histórica, saída líquida de US$ 49,064 sendo 9,6% maior que o fluxo negativo de US$ 44,752 bilhões de janeiro a julho de 2020.  Concomitantemente, o fluxo de investimento estrangeiro direto para o Brasil tem sido insuficiente para financiar os déficits em conta corrente.

Confiar no financiamento do déficit em conta corrente com fluxo de capital de curto prazo é um risco importante para a estabilidade da economia, expondo o país a mudanças súbitas de fluxo de capital de portfólio, que dependem basicamente de diferencial de juros.

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