A desaceleração da taxa de inflação, como medida pelo IPCA-15, de 0,51% no mês de maio para 0,04% no mês de junho (expectativas de 0,03%), e de 4,07% para 3,40% em doze meses (a décima terceira queda anual consecutiva), e o teor da Ata da reunião do Copom da semana passada, aumentou significativamente a probabilidade de que o Banco Central do Brasil decida iniciar o processo de queda da taxa SELIC já na reunião de agosto de 2023.
Não apenas o IPCA-15 cheio mostrou forte desaceleração, assim como a média dos núcleos da inflação desacelerou de 6,78% para 6,25% ao ano, serviços saiu de 6,45% para 6,13%, serviços subjacentes caiu de 6,85% para 6,53% e os preços livres mostraram desaceleração de 5,8% para 5,2%. Ainda que os sinais sejam bastante positivos, todos os componentes do índice continuam bem acima da meta de 3,25% da taxa de inflação em 2023 e de 3,0% em 2024.
Ao mesmo tempo, a Ata da reunião do Copom da semana passada, também divulgada ontem, mostrou que “a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião.”
Em outras palavras, caso os dados de inflação continuem em trajetória de desaceleração e as expectativas continuem a convergir para as metas, a redução da SELIC poderá ter início, de forma parcimoniosa (0,25 p.p.), no mês de agosto.
Além do comportamento da inflação e das expectativas, um fator adicional que poderá ser decisivo é o resultado da reunião do CMN na próxima quinta feira e seus efeitos sobre as expectativas.