Apesar das fortes críticas do Presidente Lula à meta para a inflação e às decisões do Banco Central desde o início do governo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu na última quinta feira manter a meta para a inflação em 3,0% ao ano até 2026 e mudar o regime de meta no ano calendário para meta contínua a partir de 2025. Sem dúvida, uma vitória importante da autonomia do Banco Central.
A manutenção da meta para a inflação em 3,0%, ao contrário do que pretendia o Presidente da República, teve forte efeito sobre as expectativas para a inflação em horizontes mais longos na pesquisa Focus desta segunda feira. As expectativas para 2025 passaram de 3,80% para 3,60% e para 2026 saíram de 3,72% para 3,50%, ainda acima da meta de 3,0% ao ano, mas com tendência mais consistente em direção à meta.
Como a convergência destas expectativas em direção à meta de 3,0% é uma das pré-condições apontadas pelo Banco Central para iniciar o processo de queda da SELIC, este movimento das expectativas, em conjunto com a Ata da reunião do Copom, levou grande parte dos investidores a antecipar o início da queda da SELIC para o mês de agosto. O resultado foi aumento dos preços das ações e queda das taxas de juros longas. Apesar da melhora no sentimento, o Real mostrou leve variação negativa frente ao Dólar, devolvendo parte dps ganhos de sexta feira.