Economia

Publicado em 15 de Setembro às 08:19:36

Decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil

Semana de decisões sobre taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil. Nos Estados Unidos, as expectativas dos investidores são o reinício do processo de queda da taxa básica de juros no país, apesar de os dados referentes ao mercado de trabalho e à taxa de inflação sejam preocupantes. No Brasil, a expectativa é de manutenção da SELIC em 15,0% ao ano.

Nos Estados Unidos a taxa de inflação permanece acima da meta de 2,0% ao ano a mais de quatro anos e os dados não têm sugerido uma tendência em direção à meta. Os últimos dados mostram uma pequena aceleração do índice de preços ao consumidor (CPI), 0,4% no mês de agosto, acima das expectativas de 0,3%, e 2,9% em termos anuais. Ao mesmo tempo, o núcleo do índice atingiu 0,3% e 3,1% em termos anuais.

Com a estagnação da taxa de inflação, alguns diretores do Federal Reserve (Fed) têm mostrado preocupação em relação a este fato, o que poderá afetar o comportamento das expectativas que começam a dar sinais de desancoragem, tendo atingido 3,2% para um ano e 2,9% para cinco anos.

Por outro lado, os dados do mercado de trabalho dão sinais mais fortes de desaceleração, com queda na geração de empregos, ainda que, como a taxa de desemprego permanece em níveis historicamente baixos, os reajustes dos salários continuam elevados e incompatíveis com a meta.

Diante destes sinais contraditórios e as pressões do Presidente Donald Trump sobre o Fed, a expectativa dos investidores é que o Fomc deverá reiniciar o processo de queda da taxa básica de juros em 0,25 pontos de porcentagem na reunião da próxima quarta feira. Os principais riscos desta decisão são a possível perda de credibilidade do Fed e um descolamento mais acentuado das expectativas para a inflação, exigindo taxas de juros mais elevadas para levar a inflação de volta para a meta. No Brasil, ainda que a taxa de inflação tem mostrado tendência de queda, em parte devido à desvalorização do Dólar no mercado financeiro internacional e a consequente valorização do Real frente ao Dólar e ao elevado diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, a inflação permanece acima da meta, as expectativas mais longas continuam desancoradas, o mercado de trabalho bastante robusto, devido à política fiscal fortemente expansionista, gerando aumentos de salários e pressão sobre os preços dos serviços que permanecem próximos a 6,0% ao ano, o que deverá fazer com que o Copom mantenha a SELIC estável por mais algum tempo.

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