Decisões de taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos devem dominar o cenário econômico da semana que se inicia hoje. No Brasil, o Copom se reúne para decidir o nível da taxa SELIC que deverá vigorar nos próximos 45 dias. Após ter iniciado o processo de queda da taxa na reunião do dia 02 de agosto com uma redução de 0,5 pontos de porcentagem, o que surpreendeu parte dos analistas e dos investidores e, ao mesmo tempo, anunciar, no comunicado e na Ata que se seguiram à reunião, que esta decisão deverá se repetir nas próximas decisões do Comitê, parte dos investidores começam a prever que o Copom pode, eventualmente, acelerar o processo de queda em uma das reuniões que restam em 2023.
Pelo comunicado e pela Ata esta aceleração poderá ocorrer se uma das três condições abaixo se verificar: as expectativas para a inflação em horizontes mais longos, 2025 e 2026, convergirem para a meta, ocorrer um fechamento importante do hiato do produto ou se a taxa de inflação dos serviços continuar desacelerando e se aproximar da trajetória de metas.
Destas três pre-condições, a taxa de inflação de serviços continuou desacelerando, mas permanece acima da trajetória de metas, as expectativas continuam estacionadas em 3,5% ao ano, acima da meta de 3,0% e os dados da economia brasileira continuam surpreendendo positivamente, indicando fechamento e não abertura do hiato. Com isto a expectativa é que o Copom repita a dose de redução de 0,5 p.p. nesta reunião, mantendo o teor do comunicado em linha com o divulgado após a reunião de 02 de agosto.
Nos Estados Unidos, os dados continuam mistos, com a economia mostrando resiliência, o mercado de trabalho forte, a taxa de desemprego em níveis recordes de baixa mas com pequena elevação, o custo unitário do trabalho aumentando acima do esperado, e a taxa de inflação continua a apresentar “bom comportamento”, ou seja, com leve desaceleração, porém muito acima da meta de 2,0% do banco central do país. Grande parte dos analistas antecipam que o Fomc, comitê de mercado aberto do banco central, deverá manter a taxa de juros constante nesta reunião, mas não deverá descartar um novo aumento na reunião de novembro.