Economia

Publicado em 26 de Março às 17:56:24

Déficit em transações correntes pode vir a deixar de ser coberto pelo investimento direto

Os dados do setor externo divulgados nessa quarta-feira (26/03) apontaram para uma tendência preocupante. Os déficits em transações correntes podem deixar de ser cobertos pelo investimento direto no país (IDP).

Embora na métrica mensal de fevereiro o IDP tenha sido capaz de financiar o déficit em conta corrente, no acumulado em 12 meses a diferença entre ambos agora se encontra em apenas 0,1 p.p. do PIB (3,28% de déficit em transações correntes e 3,38% de ingressos líquidos de IDP), o que não acontecia desde maio de 2020 no auge da pandemia de covid-19.

Esse fato reacende o debate a acerca da ocorrência dos chamados “déficits gêmeos”, situação na qual uma deterioração nas contas do governo (déficit fiscal) leva a uma piora das contas externas (déficit em conta corrente). Caso eventualmente o déficit em transações correntes venha a superar o IDP em 2025, isso seria mais um fator, além da questão fiscal, a pressionar a taxa de câmbio no ano, podendo levá-la a superar o nível de R$ 6,00 por Dólar novamente.

O resultado comercial mais fraco, junto de um maior déficit nas balanças de serviços e de rendas tem sido os principais responsáveis pela deterioração do saldo em transações correntes. Mais especificamente, as exportações e as importações têm tido um papel crucial.

No caso das importações, a redução que era esperada com a desaceleração da atividade econômica doméstica foi compensada pela valorização da moeda brasileira nesse início de ano. Já as exportações vêm sendo impactadas pela alta incerteza que permeia a economia global após a promessa do novo governo dos EUA de impor amplas tarifas de importação.

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