Economia

Publicado em 01 de Setembro às 09:01:38

Déficit na conta corrente e incertezas quanto ao fluxo de investimento direto para o país

As tarifas introduzidas pelo Presidente Donald Trump nas exportações brasileiras e de praticamente os países do mundo, ao mesmo tempo as sansões impostas pela Lei Magnitsky a autoridades brasileiras e continuam a “ameaçar” o país, geram um ambiente de grande incerteza quanto a suas consequências sobre a economia e a sociedade brasileira.

Em especial, uma preocupação importante é o possível efeito sobre o fluxo de investimento direto estrangeiro, principalmente de empresas americanas, para a economia brasileira, diante do comportamento do déficit em conta corrente do balanço de pagamentos do país.

O déficit em conta corrente tem mostrado forte aceleração, tendo passado de 1,5% do PIB em 2023 para 3,5% do PIB em 2025. Ao mesmo tempo, o fluxo de investimento direto para o país tem permanecido basicamente estável, em torno de US$ 68 bilhões por ano nos últimos anos, levemente em trajetória de queda. Até o início de 2025, este fluxo de investimento direto vinha sendo mais que suficiente para financiar o déficit em conta corrente.

Entretanto, devido ao rápido crescimento do déficit, uma consequência do crescimento do PIB acima do crescimento potencial decorrente de uma política fiscal extremamente expansionista, o fluxo de investimentos diretos não apenas deixou de ser suficiente para financiar o déficit, assim como a diferença negativa (entre o déficit e a entrada de investimento direto) tem aumentado rapidamente nos últimos meses, que passou de – 0,04 pontos de porcentagem em maio, para – 0,29 p.p. em junho, para – 3,3 p.p. em julho de 2025. O fato de que o Brasil tem US$ 240 bilhões em reservas, não é capaz de evitar uma crise de balanço de pagamentos, no caso de este comportamento continuar a se intensificar nos próximos meses, principalmente se este comportamento for resultado de redução do fluxo de investimento externo direto para o país.

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