O governo central do Brasil apresentou déficit de R$ 116,147 bilhões em dezembro de 2023 e R$ 230,535 bilhões no ano de 2023. É o segundo pior resultado da série histórica que começa em 1997, somente melhor que o déficit primário de 2020, no auge da pandemia. Destes R$ 230,535 bilhões, R$ 92,4 bilhões se deve ao pagamento de precatórios. As receitas tributárias mostraram queda de – 2,8% no ano, enquanto as despesas aumentaram 12,5%.
O déficit da previdência atingiu R$ 417,7 bilhões, ou seja, 4,1% do PIB, sendo R$ 311,13 bilhões da Presidência Social e R$ 106,4 bilhões do sistema de aposentadorias dos servidores públicos e dos militares. Os gastos com previdência social têm aumento automático acima da inflação, devido à política de aumento real do salário mínimo.
Retirando os gastos com o pagamento dos precatórios, que é uma despesa que não se repetirá no mesmo montante, o déficit atingiu R$ 138,1 bilhões.
O déficit de 2023 mostra a dificuldade de atingir a meta de déficit zero em 2024, sem diminuir os gastos não obrigatórios. O envio ao Congresso da Medida Provisória 1202 no final de 2023, que foi considerado pelos parlamentares um desrespeito ao Legislativo, é um sinal inequívoco de que o objetivo está longe de ser atingido.