Após o forte rally de final de ano, quando os preços dos ativos financeiros mostraram um comportamento bastante positivo, o mês de janeiro foi decepcionante para os investidores, com reversão de parte dos ganhos do final do ano passado.
O envio da Medida Provisória 1202 para o Congresso, que reverte a derrubada do veto do Presidente da República à desoneração da folha de salários de 17 setores da economia, além de antecipar o fim do programa de incentivo ao setor de eventos, bares e restaurantes e criar um limite para as compensações tributárias aprovadas pela Justiça, além do veto do Presidente Lula a R$ 5,6 bilhões de emendas parlamentares, foram considerados uma afronta pelo Legislativo e gerou forte reação entre os parlamentares.
Com o início do ano Legislativo, o discurso do Presidente da Câmara, Deputado Arthur Lira, além de sua ausência em eventos importantes para o Judiciário e o Executivo, deixou claro o descontentamento dos parlamentares e cobrou do Executivo o cumprimento de acordos feitos em 2023. 14 frentes parlamentares publicaram um manifesto pedindo que o Presidente do Congresso, Senador Rodrigo Pacheco, devolva a MP 1202 para o Executivo, sem discuti-la no Parlamento.Entretanto, ao enviar a MP ao Congresso, o Ministro da Fazenda indicou com clareza que as medidas aprovadas em 2023 não são ainda suficientes para conseguir o aumento de arrecadação necessário para atingir a meta de déficit zero e que novas medidas precisam ser aprovadas para se atingir este objetivo. Para os investidores, os ruídos entre Legislativo e Executivo diminuem ainda mais a probabilidade de que a meta seja atingida, o que aumentou o risco fiscal, pressionou a taxa de câmbio e as taxas de juros longas.