Economia

Publicado em 10 de Abril às 18:07:10

Deflação de combustíveis leva a surpresa baixista no CPI norte americano

A divulgação do índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI) nessa quinta-feira (10/04) mostrou números bem abaixo do esperado. O índice cheio registrou taxa de variação de -0,1% m/m ante expectativa de 0,1% m/m (Bloomberg), enquanto a métrica em 12 meses registrou forte desaceleração na passagem de fevereiro para março, saindo de 2,8% a/a para 2,4% a/a, ficando aquém da mediana das estimativas (2,5% a/a).

Os grandes responsáveis pela deflação registrada pelo CPI cheio em março foram os combustíveis, com a gasolina (-6,3% m/m) e os óleos combustíveis (-4,2% m/m) fazendo as commodities energéticas saírem de -0,9% m/m para -6,1% m/m.

No que diz respeito ao núcleo da inflação (que exclui alimentos e energia), a variação mensal de março também veio abaixo do esperado (0,3% m/m, Bloomberg), avançando 0,1% m/m. Já no acumulado em 12 meses, o núcleo da inflação continuou a desacelerar, avançando 2,8% a/a ante 3,1% a/a, resultado que também surpreendeu para baixo o mercado, que tinha 3,0% a/a.

Essa desaceleração do núcleo do CPI (de 0,2% m/m para 0,1% m/m) puxada principalmente pelos carros e caminhões usados (-0,7% m/m, ante 0,9% m/m), produtos de cuidados médicos (-1,1% m/m, ante 0,1% m/m) e serviços de transporte (-1,4% m/m, ante -0,8% m/m), com esses últimos afetados pelos efeitos diretos e indiretos da queda nos preços dos combustíveis. Já os aluguéis (Shelter), item que vinha respondendo por uma parcela considerável da alta do CPI cheio nos últimos meses, saiu de 0,3% m/m para 0,2% m/m.

Assim como observado no caso do payroll (criação líquida de empregos em setores não-agrícolas) de março, o foco do mercado no tema das tarifas de importação acabou por ofuscar os números positivos de inflação e impedir uma reação mais positiva do mercado a esse dado. A despeito disso, não vemos necessidade de o banco central norte americano (Federal Reserve) voltar a reduzir a taxa juros no curto prazo por causa desse dado mais positivo e de receios com a atividade econômica, principalmente por ainda haver o risco de um repique inflacionário decorrente das tarifas.

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