Após a forte reação negativa dos investidores aos dados do mercado de trabalho americano, com fraca geração de empregos e aumento acima do esperado da taxa de desemprego, o que foi interpretado por alguns investidores como um sinal de que a economia americana estaria próxima de uma recesão, os índices PMIs e ISM acima do nível de cinquenta, que denotam crescimento no futuro, a redução acima do esperado do número de pedidos de auxílio desemprego, os mercados reagiram positivamente.
A reação dos diretores do Federal Reserver, de que não reagiriam de forma excessiva a um dado e que seria necessário mais informações para que alguma decisão fosse tomada, acalmou os mercados. Com isto, os preços dos ativos financeiros no mercado internacional reagiram positivamente, contaminando os mercados financeiros no Brasil.
Com isto, a taxa de câmbio, que tinha atingido R$ 5,70/US$ 1,00 na semana passada, reverteu a desvalorização, voltando a R$ 5,50;US$ 1,00, e os preços das ações mostraram forte recuperação. Depois da tempestade vem a bonança.
Entretanto, a divulgação de um IPCA acima do esperado e com uma composição negativa, com inflação acima do esperado em julho e aceleração da inflação de serviços e de serviços subjacentes, mantiveram as taxas de juros em níveis ainda altos. A questão é se a melhora no cenário internacional será suficiente para compensar as incertezas decorrentes da dificuldade de conseguir atingir a meta de superavit zero em 2024 e manter a taxa de inflação dentro do intervalo de metas. Nossa projeção é de deficit primário de 0,6% em 2024 e IPCA de 4,5%, no limite do intervalo.