Ao contrário do que esperavam alguns analistas, a Ata da última reunião do Copom divulgada ontem, trouxe poucas novidades em relação ao comunicado divulgado logo após a reunião na semana passada. Assim como no comunicado, apesar da surpresa positiva quanto ao comportamento da inflação de serviços subjacentes, os diretores do Banco Central continuaram a enfatizar a necessidade de cautela nas decisões de política monetária.
Segundo a Ata, a volatilidade do cenário internacional, o forte desempenho do mercado de trabalho, a persistência da desancoragem parcial das expectativas em horizontes mais longos, as incertezas quanto à persecução das metas fiscais nos próximos anos e o firme compromisso da autoridade monetária com a convergência da inflação para a meta, exige cautela e uma política monetária contracionista, o que justifica a manutenção de cortes de 0,5 pontos de porcentagem na SELIC nas próximas reuniões.
Segundo a Ata, o cenário internacional e a política fiscal “somente irão impactar as decisões de política monetária a partir do momento em que esse fiscal e esse global impactem as expectativas de inflação”.
Finalmente, um ponto importante destacado pela Ata é o possível descasamento entre oferta e procura devido ao forte crescimento do consumo das famílias e a queda da taxa de investimento desde o final de 2023. Este descasamento, se persistir, poderá gerar pressão inflacionário no futuro.