Segundo o IBGE, a produção industrial decepcionou os analistas, mostrando crescimento de 0,1% no mês de outubro em relação a setembro, quando as expectativas eram de crescimento de 0,3%. Enquanto a indústria extrativa cresceu 3,6%, a indústria de transformação apresentou queda de – 0,6% no mês de outubro em relação a setembro e – 2,2% entre outubro de 2025 e outubro de 2024.

Com este desempenho, a média móvel trimestral da indústria extrativa mineral mostrou alta de 0,6% enquanto a indústria de transformação ficou estagnada no trimestre. Ao mesmo tempo, a difusão do crescimento, ou seja, a proporção de setores que apresentaram crescimento, passou de 52,7% para 44,1% entre setembro e outubro.

O comportamento da indústria reflete dois fatores importantes. De um lado, a política monetária bastante contracionista, com taxas de juros reais próximas a 10% ao ano, o que encarece o crédito e reduz a demanda. Como a taxa de inflação permanece bem acima da meta, a expectativa é que a taxa de juros deve permanecer em nível elevado, apesar da desaceleração da indústria.

Por outro lado, como o governo americano retirou apenas parte das tarifas impostas sobre exportações de produtos agrícolas brasileiros, como café, carne, frutas, as tarifas sobre a maior parte dos produtos industriais permanecem próximas a 50% ao ano. O resultado é a diminuição das exportações e da produção da indústria de transformação.