A reação dos mercados ao ataque do Irã a Israel foi menos intensa do que o esperado pelos analistas. Pelo menos no primeiro momento. Em especial, ao contrário da expectativa, os preços do petróleo permaneceram “bem comportados”. Entretanto, a questão ainda não foi superada. Qual será a reação de Israel? Este será o ponto fundamental para os próximos dias e meses.
Por outro lado, as vendas no varejo na economia americana surpreenderam positivamente, com crescimento de 0,7% em abril, bem acima das expectativas dos analistas que indicavam um crescimento de 0,4%.
Em conjunto, estes fatores resultaram em pressão altista na curva de juros dos títulos do Tesouro americano, valorização do Dólar nos mercados financeiros internacionais e adiamento da expectativa do início do processo de queda de juros para setembro de 2024.
No Brasil, os preços dos ativos financeiros tiveram comportamento negativo, com forte desvalorização do Real frente ao Dólar, deslocamento para cima da curva de juros e queda nos preços das ações.
Este comportamento mais negativo está relacionado a questões internas. Em especial, à proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias de manutenção da meta de superavit primário zero em 2025, no lugar da meta de superavit primário de 0,5% do PIB. Um péssimo sinal para os investidores quanto às prioridades do governo na questão fiscal, que reduz a credibilidade do Arcabouço Fiscal, tornando ainda mais difícil a estabilização da relação dívida/PIB, e deverá afetar, negativamente, as taxas de juros dos títulos longos e, até mesmo, a trajetória de queda da taxa SELIC.