O diretor de Política Econômica do Banco Central do Brasil (BCB), Diogo Guillen, e o presidente regional do Fed de Nova Iorque, John Williams, passaram mensagens parecidas nessa quarta-feira (10/01) ao reforçarem a cautela na condução da política monetária. Vale destacar que o Brasil e os Estados Unidos se encontram em estágios diferentes do ciclo, com o primeiro tendo iniciado o processo de corte na taxa básica de juros (Selic) em agosto de 2023, enquanto o segundo deve iniciá-lo somente ao final do primeiro semestre desse ano.
A mensagem de uma maior cautela foi ecoada por ambos os bancos centrais, que devem manter as taxas de juros em patamar restritivo por algum tempo para assegurar a convergência da inflação para as respectivas metas. Ainda que tenha havido alguma melhora nos últimos meses, as incertezas econômicas e políticas globais continuam elevadas, o que, junto do fato de as expectativas de inflação se encontrarem desancoradas tanto no Brasil como nos Estados Unidos, justifica a comunicação mais dura adotada pelas duas autoridades monetárias.
Os investidores, por sua vez, buscaram nas falas das autoridades pistas sobre os próximos movimentos dos bancos centrais, tentado obter um melhor direcionamento a respeito de quando exatamente ocorrerá o primeiro corte de juros nos Estados Unidos. Para o caso brasileiro, o maior interesse dos participantes de mercado está no fato de por quanto tempo o banco central continuará a cortar a taxa Selic no atual ritmo de 50 pontos-base e qual será a taxa de juros ao final do ciclo de afrouxamento monetário.
Contudo, apesar das falas de autoridades do Banco Central do Brasil e dos Estados Unidos, os ativos reagiram relativamente pouco devido ao fato de se encontrarem em compasso de espera para a divulgação dos dados de inflação ao consumidor desses dois países nessa quinta-feira (11/01).