Os dados de atividade econômica mais recentes para a economia brasileira apontaram para mais um mês de significativa expansão da economia, sugerindo que apesar do nível de contracionismo da política monetária, os setores seguem apresentado um desempenho bastante robusto.
Em primeiro lugar, o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou forte alta de 0,8% m/m no dado referente ao mês de março, vindo significativamente melhor do que o esperado pelo mercado e em linha com o teto das estimativas (0,8%, Broadcast+). Com este resultado, o indicador atingiu o nível mais elevado já registrado em sua série histórica, acumulando uma alta de 1,3% t/t em relação ao último trimestre do ano anterior.
Na mesma direção, o monitor do PIB da FGV apontou para um crescimento de 1,3% m/m na atividade econômica na passagem de fevereiro para março, de modo que, o indicador registrou uma alta de 1,6% t/t em relação ao 4T24, corroborando a avaliação de que a economia segue resiliente. Cabe destacar que em ambos os indicadores, o principal destaque no crescimento do 1T25 se deve à forte expansão da agropecuária, cuja safra recorde de grãos deve fazer com que o setor seja o principal protagonista na determinação do crescimento no primeiro semestre de 2025.
Na nossa avaliação, a divulgação dos dados referentes ao mês de março corrobora o nosso cenário de forte desempenho, ainda que em menor magnitude do que o observado em 2024, do PIB em 2025. Nossas estimativas apontam para uma aceleração do crescimento do PIB que deve sair de 0,2% do PIB no 4T24 para 1,7% no 1T25, de modo que, a economia brasileira deve expandir-se a um ritmo de 2,2% no ano cheio.
Se, por um lado, essa resiliência contribui para o fortalecimento das contas públicas, por outro, ela se apresenta como um fator de risco para uma pressão inflacionária persistente, o que leva a política monetária a manter-se em um patamar contracionista por um período ainda mais longo. Na última reunião, o Copom indicou que a adoção de uma postura mais cautelosa e flexível na condução da política monetária foi motivada por sinais iniciais de desaceleração econômica. No entanto, os dados sugerem que, caso haja alguma desaceleração, esta será mais gradual do que o inicialmente esperado. E agora, BC?