Os dados da economia americana divulgados na semana passada surpreenderam positivamente. O PIB cresceu 3,8% no segundo trimestre em termos anualizados, quando as expectativas apontavam para 3,3%, o consumo de bens duráveis cresceu 2,9% no mês de julho em relação a junho, as expectativas apontavam para – 0,5%, os gastos com consumo cresceram 0,6% no mês (expectativas de 0,5%) e a renda pessoal cresceu 0,4% contra expectativas de 0,3%, também acima das expectativas.
O único dado divulgado na semana passada que decepcionou foi o sentimento do consumidor medido pela pesquisa da Universidade de Michigan, que apontou queda para 55,1 pontos, quando as expectativas apontavam para 55,9 pontos.
Ao mesmo tempo, a inflação continua acima da meta do Federal Reserve e estagnada. O PCE, índice de preços dos gastos com consumo, a medida preferida pelo Federal Reserve, veio dentro do esperado, mas bem acima da meta de 2,0% ao ano, com crescimento de 0,3% em agosto em relação a julho e 2,7% em 12 meses e o núcleo do índice cresceu 0,2% no mês e 2,9% em termos anuais.
Ao mesmo tempo, a pesquisa da Universidade de Michigan continua mostrando expectativas para a inflação de 1 e de 5 anos acima da meta, em 4,7% e 3,7%. Diante deste cenário, inflação elevada e crescimento acima do esperado, alguns membros do Fomc, o comitê que define a taxa básica de juros na economia americana, têm mostrado preocupação com a manutenção da trajetória de queda da taxa de juros nas próximas reuniões do Fomc, o que tem reduzido a probabilidade de duas novas reduções ainda em 2025.