Os dados da economia chinesa divulgados na semana passada mostram uma desaceleração da atividade preocupante. Após uma queda inesperada das exportações e das importações, o que reflete, de um lado, a desaceleração da economia global e, de outro, a desaceleração da economia chinesa, os dados de inflação e de crédito mostraram fortes sinais de retração da atividade.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) mostrou deflação de – 0,3% em junho de 2023 comparado a junho de 2022, o núcleo do índice apresentou leve crescimento, 0,8% no mesmo período. Ao mesmo tempo, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) apresentou deflação mais acentuada, – 4,4% entre junho de 2023 e junho de 2022. Uma questão que começa a preocupar os analistas é se esta deflação é pontual ou se a economia chinesa vai entrar em um período de deflação longa, como ocorreu no Japão. Como a China hoje é a segunda maior economia do mundo, uma deflação prolongada seria extremamente negativo para a economia mundial.
Além da deflação, outro dado que preocupou os analistas foi a desaceleração acentuada do crescimento do crédito corporativo. Segundo o governo chinês, os novos empréstimos corporativos caíram de 1,6 trilhões de Yuans para 217 bilhões de Yuans, no mês de junho. A crise no setor imobiliário persiste. Na semana passada, uma das maiores incorporadoras do país, Country Garden, declarou prejuízo de US$ 7,6 bilhões entre junho de 2023 e junho de 2022 e não conseguiu pagar US$ 22,5 bilhões em juros de títulos de dívida e teve de retirar seus títulos de negociação do mercado.
Os sinais são claramente negativos e mostram uma desaceleração da economia mais forte que o esperado pelos analistas, mas de acordo com nosso cenário sobre a economia chinesa.