As eleições presidenciais nos Estados Unidos que se encerra na terça feira, será fundamental para definir o cenário da economia mundial nos próximos anos.
As pesquisas de opinião sinalizam uma disputa acirrada entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump, apontando empate técnico em vários dos estados considerados estados pêndulo, com acusações de tentativa de fraude eleitoral de ambos os lados, o que torna extremamente difícil antecipar os resultados.
Os programas de ambos os candidatos indicam aumento do déficit fiscal e da pressão inflacionária nos próximos meses, o que deve gerar aumento das taxas de juros e desaceleração da economia americana. Nas questões estruturais de longo prazo os programas mostram duas visões totalmente diferentes sobre os rumos do país nos próximos anos.
Donald Trump promete implementar um governo fortemente protecionista, com a introdução de tarifas de 10% sobre todas as importações do país, 50% sobre as vindas do México e 60% sobre as da China. Se efetivamente implementado, geraria uma mudança importante na direção do fluxo de comércio e no crescimento da economia mundial, com forte desaceleração da economia chinesa.
Ao mesmo tempo, caso eleito, o ex-presidente pretende reduzir as regulações e os impostos corporativos, como fez em seu primeiro mandato, o que tende a gerar mais competitividade e ganhos de produtividade da economia.
Já o programa da vice-presidente Harris parte da avaliação de que a inflação no país decorre da ganância das empresas e falta de controle do governo sobre o setor privado. Com base neste diagnóstico, propõe um forte aumento da intervenção estatal na economia, controle de preços e aumento de impostos sobre lucros das empresas. Ao mesmo tempo em que propõe redução de impostos sobre os grupos de renda mais baixa e a criação de um programa agressivo de subsídio para a compra de casa própria por parte a população.
O aumento da intervenção do governo na economia e o combate à inflação através de controle de preços, além de ser inefetivo, como mostra a experiência brasileira, tende a gerar má alocação de recursos e a criação de grupos de interesse que, por serem pouco eficientes, passam a depender da manutenção dos programas para sobreviver. O resultado final é uma redução do potencial de crescimento da economia.