Em compasso de espera. Assim podemos definir o comportamento dos investidores neste início de semana, diante da expectativa quanto à divulgação dos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Ao longo da semana, serão divulgados os dados da geração de empregos no setor privado (ADP), o número total de postos de trabalho gerados no país (JOLTS), produtividade do trabalho, custo unitário do trabalho (CUT), criação líquida de vagas (payroll), taxa de desemprego e ganho médio por hora trabalhada.
O comportamento do mercado de trabalho nos Estados Unidos é hoje um dos principais determinantes das decisões de política monetária do Federal Reserve, o banco central americano. Com taxa de desemprego historicamente muito baixa (3,7%) e forte geração de postos de trabalho, crescimento dos salários acima do compatível com a meta de 2,0% de inflação, o que dificulta ou, até mesmo inviabiliza, o início do processo de queda da taxa de juros.
Para que este processo seja iniciado, será fundamental que o mercado de trabalho desacelere, com aumento da taxa de desemprego e, ainda mais importante, menor crescimento dos salários de tal forma a tornar os reajustes compatíveis com a meta para a inflação.
Entretanto, segundo o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, os últimos dados têm indicado uma reaceleração do mercado de trabalho. Segundo ele, em conversas com empresários, observou um otimismo generalizado, com muitos executivos prontos para “despejar recursos e ampliar contratações ao primeiro sinal de corte de juros”. O que fatalmente levaria a uma reaceleração da taxa de inflação. Diante deste cenário, a reação dos investidores é esperar os dados antes de tomar risco.