Economia

Publicado em 13 de Fevereiro às 16:35:01

Enfim a desaceleração

Os dados de atividade referentes a dezembro confirmam que a economia brasileira está em trajetória de desaceleração. A indústria registrou recuo de 0,3% m/m, o terceiro consecutivo de queda, levando a média móvel trimestral para -0,4%. Na mesma direção, os serviços registraram recuo de 0,5% m/m, dando continuidade à queda de 1,4% m/m registrada em novembro, de modo que, a sua média móvel trimestral registrou variação negativa de 0,2% m/m. Por fim, o varejo registrou contração de 1,1% m/m, gerando um recuo de 0,7% em sua média móvel trimestral.

Apesar dos resultados negativos, os setores acumularam um forte desempenho no ano, com expansões de 4,1%, 3,1% e 3,1% do varejo, indústria e serviços, respectivamente. Dessa forma, avaliamos que o desempenho dos 3 grandes setores da economia corrobora a expectativa de arrefecimento do nível de atividade econômica a partir do último trimestre de 2024. A combinação entre um menor impulso fiscal, deterioração do poder de compra das famílias, piora das condições de crédito e elevação do risco fiscal devem ser os fatores por trás dessa desaceleração.

Porém, entendemos que a desaceleração da economia será gradual nos próximos trimestres, sob a expectativa de que o mercado de trabalho permaneça resiliente e que a política fiscal, ainda que em menor magnitude do que em 2024, siga expansionista, funcionem como combustíveis adicionais para impulsionar o consumo principalmente ao longo do primeiro semestre de 2025.

Se, por um lado, a desaceleração da atividade econômica é muito bem-vinda pelo Banco Central, permitindo que pressões inflacionárias advindas da demanda se reduzam, por outro, acende um sinal de alerta para o desempenho fiscal através da perspectiva de menor arrecadação. Esse impacto da atividade sobre as contas públicas pode dominar o seu efeito sobre a inflação através da elevação do risco fiscal e o seu consequente impacto sobre o câmbio.

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