Economia

Publicado em 30 de Outubro às 00:26:35

FED continua ciclo de afrouxamento monetário, mas deixa incerteza para reunião de dezembro

Na tarde de hoje (29/10), o banco central norte-americano (Federal Reserve) reduziu novamente a taxa de juros (federal funds rate) em 0,25 pontos percentuais, para o intervalo entre 3,75% e 4,00% ao ano, em uma decisão que era amplamente esperada pelo mercado, em meio à perda de dinamismo do mercado de trabalho.

Outra vez, a decisão não foi unânime, com divergência para os dois lados. Stephen Miran, diretor indicado por Donald Trump, repetiu o voto de setembro no qual acreditava que a melhor decisão era um corte ainda mais intenso, de 0,50 pontos percentuais. Na outra ponta, Jeffrey R. Schmid advogou pela manutenção no intervalo entre 4,00% e 4,25% ao ano, podendo sugerir que existe um sentimento entre os dirigentes que vai de encontro à expectativa de um corte certo na reunião de dezembro. Isso se reforçou após a fala de Powell na coletiva de imprensa: “Para parte do comitê, talvez seja hora de dar um passo atrás e avaliar se realmente existem riscos de queda no mercado de trabalho, ou se, de fato, o crescimento mais forte que estamos vendo é real”. Apesar dos pontos mais “hawkish”, o presidente do Fed seguiu reafirmando que a política monetária não segue um curso predefinido e que as próximas decisões serão tomadas reunião a reunião, dependentes de dados, em linha com o tom equilibrado do comunicado.

Além do anúncio da redução da taxa de juros, destacou-se a decisão de encerrar o QT, ou “Quantitative Tightening”, em 1º de dezembro, reforçando a percepção de que o atual nível de reservas bancárias se encontra próximo do nível desejado pelo Fed em meio aos recentes episódios de aperto das condições no mercado interbancário e encerrando o processo que teve início em 2022.

O recado combina corte de 0,25 p.p. com fim do QT já em dezembro, o que alivia um pouco as condições de liquidez; ainda assim, dezembro segue em aberto, e o comitê deve calibrar os próximos passos à luz dos dados de inflação e mercado de trabalho.

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