As declarações mais “dovish” do presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, deram suporte para os mercados num dia em que o índice Empire State de Atividade Industrial caiu além do esperado. O número de 1,9 em setembro deu lugar a -4,6 em outubro, enquanto o consenso do mercado apontava para uma queda a -3,0. Os únicos subíndices a apresentarem alta foram: emprego (3,1, ante 2,7) e estoques (-2,1, ante -6,2).
Esse sinal de fraqueza da atividade econômica, junto com a fala de Harker, colaborou para o mercado reduzir as apostas de alta da taxa de juros (Fed Funds Rate) na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de novembro. Na opinião do presidente do Fed da Filadélfia, a taxa de juros não deve sofrer mais altas adicionais de 25 pontos-base, mas ele é a favor de que ela permaneça no atual intervalo (5,25%-5,50%) por um período prolongado. A sua alegação de que “ao não fazer nada, o FED estará fazendo alguma coisa” é baseado na ideia de que, a menos que o processo de desinflação seja interrompido, a taxa de juro real sofrerá elevação mesmo que a taxa nominal seja mantida constante. Outro argumento utilizado é que a forte alta no rendimento das Treasuries já vem fazendo parte do trabalho do FED de tornar as condições financeiras mais restritivas.
Por fim, outra notícia que deu algum fôlego aos investidores foi o anúncio da intenção dos Estados Unidos aliviarem as sanções impostas sobre o setor petrolífero da Venezuela. Esse acordo teria o intuito de aumentar a oferta de petróleo no mercado internacional num momento em que o conflito deflagrado no Oriente Médio pressionou o preço do barril ainda mais logo na sequência de a cotação ter vindo de um rali de alta de 25% que fez o petróleo saltar de cerca de US$ 72 para US$ 90 desde meados de julho para cá. Contudo, embora a suspensão dessas sanções possa aliviar o mercado de petróleo no curto prazo, as questões geopolíticas têm um maior poder de impactar o mercado dessa commodity caso o conflito escale.