Economia

Publicado em 18 de Junho às 20:00:07

FED mantém juro inalterado enquanto Copom eleva Selic para 15,00%

O banco central norte americano (Federal Reserve) decidiu manter a taxa de juros (Fed Funds rate) no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano, decisão essa que já era amplamente esperada.

O viés mais “dovish” conferido ao comunicado por conta de os diretores terem reconhecido que a incerteza que permeia o cenário sofreu uma inflexão, tendo diminuído, e por verem menos riscos para o mandato dual do FED de estabilidade de preços e emprego máximo contrastou com a postura do presidente do Fed, Jerome Powell, na coletiva de imprensa que se seguiu à decisão de política monetária.

Na sua fala, Powell admitiu que a política tarifária do governo está dificultando o trabalho do FED na condução da política monetária, e que a estratégia de “esperar pra ver” (wait and see) será adotada até que a autoridade monetária tenha uma melhor estimativa do novo nível médio de tarifas aplicadas pelos EUA para só então pensar em retomar o ciclo de corte de juros.

Além disso, foi destacado que algumas categorias de bens já foram atingidas pelas tarifas mais altas e que isso deve se intensificar nos próximos meses. A manutenção da instância levemente restritiva atual foi justificada por conta do caráter “forward looking” da política monetária, e que apesar de haver dados mais encorajadores no curto prazo, a expectativa futura é que o maior impacto das tarifas de importação sobre os preços ainda está por vir.

Já em relação ao banco central brasileiro, diferentemente do FED, as apostas para a decisão de juros estavam bem divididas entre a manutenção em 14,75% a.a. e uma última alta de 25 pontos base na taxa básica de juros (Selic) para 15,00% a.a. O Comitê de Política Monetária (Copom) acabou decidindo pela elevação.

Além da opção pela alta de juros, o comunicado assumiu um viés um pouco mais “hawkish” ao endereçar alguns pontos que haviam sido alvo de críticas na última Ata, como utilizar argumentos relacionados ao cenário externo, em detrimento ao interno, para justificar que o ciclo de aperto monetário estava chegando ao fim, assim como se apoiar demais na tese de desinflação oriunda de uma redução nos preços das commodities.

Agora em junho o foco da comunicação se concentrou mais no cenário interno, assim como houve revisão para cima na sua projeção de preços administrados (3,8%, ante 3,5%), que a nosso ver havia sofrido uma revisão baixista excessivamente otimista na reunião de maio (de 4,3% para 3,5%).

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