Como esperado, o Comitê de mercado aberto (Fomc) do Banco Central americano (Fed) em sua reunião de ontem, decidiu reduzir a taxa básica de juros do país (Fed Funds) em 0,25 pontos de porcentagem para entre 4,25% e 4,50% ao ano. Entretanto, dois pontos chamaram a atenção dos investidores: primeiro, a decisão não foi unânime, com um voto pela manutenção da taxa entre 4,50% e 4,75% ao ano. Segundo, houve um aumento das previsões para a inflação e, em especial, do núcleo da taxa de inflação tanto para 2024 quanto para 2025.
No comunicado que se seguiu à reunião, os membros do Comitê aumentaram as previsões para a taxa de inflação, o PCE, para 2024 de 2,3% para 2,4% e a de 2025 passou de 2,1% para 2,5%. Ainda mais significativo foi o aumento da previsão do núcleo do índice de 2,6% para 2,8% em 2024.
Coletiva de imprensa após a reunião, o Presidente da instituição disse que os juros estão perto do nível neutro e que é necessário mais progresso na inflação para o Fed possa continuar cortando os juros em 2025.
Com isto, o Dólar passou a se valorizar frente a outras moedas fortes, com o índice DXY atingindo 107,728 pontos logo após a decisão, ao mesmo tempo em que 88,5% dos investidores passaram a prever que o Fed deverá manter a taxa de juros constante na reunião de janeiro de 2025.
O efeito sobre os preços dos ativos brasileiros também foi significativo, com aceleração da desvalorização do Real frente ao Dólar, atingindo R$ 6,28 e as taxas de juros deram um salto de entre 40 e 50 pontos base.