Economia

Publicado em 19 de Dezembro às 14:39:19

Fiel ao guidance

Ontem tivemos a divulgação do quarto e último relatório trimestral de inflação do BCB (RI) de 2024. O documento trouxe maiores detalhes da avaliação da autarquia em relação ao cenário econômico corrente e as expectativas do comitê em relação aos desenvolvimentos futuros, além de conter as projeções de inflação para todo o horizonte relevante.

 Nesse sentido, os principais destaques ficaram por conta da avaliação do BC de que a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer acima do limite superior do intervalo de tolerância nos próximos meses. Mais especificamente, espera-se que a inflação acumulada em 12 meses permaneça acima de 4,5% até o terceiro trimestre de 2025.

Em relação ao relatório anterior, as projeções de inflação do mercado e do BC subiram ao longo de todo o horizonte relevante, tornando o processo de convergência para a meta mais desafiadora. Conforme o relatório, há 50% de probabilidade a inflação estourar o teto da meta em 2025 e de 19% para 2026.

No que diz respeito as premissas utilizadas no cenário de referência, a taxa de juro neutra considerada nas projeções saltou de 4,75% a.a. para 5,00% a.a., assim como o hiato do produto utilizado foi reavaliado novamente para cima ao sair de 0,5% para 0,7% no terceiro trimestre de 2024. Essa revisão reflete o maior dinamismo apresentado pela economia no último trimestre, sinalizando que a atividade econômica está mais resiliente do que o antecipado.

Durante a coletiva de imprensa que sucedeu à divulgação do relatório, quando o presidente Roberto Campos Neto e o diretor de política monetária Gabriel Galípolo foram questionados sobre as intervenções no mercado de câmbio, ambos foram categóricos ao responder que elas foram reflexo apenas de disfuncionalidades de uma maior saída de capital neste final de ano e não uma tentativa de utilizar medidas macroprudenciais para controlar a inflação.

Além disso, quando questionado sobre a possibilidade de uma reunião extraordinária e de ter que romper o forward guidance dado na última reunião diante da forte deterioração dos fundamentos nos últimos dias, o diretor Gabriel Galípolo foi enfático em dizer que a barra está muito elevada para se romper o guidance e, assim como na reunião de maio, o diretor pretende ser fiel ao guidance dado.

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