Foi apresentado na terça-feira o Cenário Econômico Mundial do FMI. O relatório teve como destaque a revisão baixista na projeção de crescimento da economia global no ano que deve desacelerar de 3,5% em 2022 para 3,0% em 2023.  Da mesma forma, espera-se que a inflação global recue de 9,2% para 5,9% no mesmo período.

Vale destacar que os números apresentados foram projetados antes dos ataques terroristas do grupo Hamas em Israel, de modo que, o economista chefe do FMI alerta para o fato de que o processo de recuperação da economia global pode ser prejudicado por um possível aumento dos preços do petróleo causado pelo conflito. Segundo cálculos da instituição, um aumento de 10% nos preços do petróleo reduziria o crescimento do PIB mundial em 0,15% e elevaria a inflação global em 0,4%.

Para a economia americana, as projeções são consistentes com um cenário de pouso suave, com a inflação se reduzindo sem uma contração significativa da atividade, onde espera-se que a taxa de desemprego saia de 3,6% para 3,9% em 2025, ao passo em que projeta taxas de crescimento de 2,1% e 1,5% para o PIB em 2023 e 2024, respectivamente.

No que diz respeito ao Brasil, a instituição espera que o PIB avance 3,1% em 2023 e avalia que uma trajetória mais sustentável de crescimento pode ser alcançada através de uma sequência cuidadosa de reformas estruturais, sobretudo aquelas focadas em governança, regulamentação de negócio e o setor externo.

Em relação aos riscos para a concretização do cenário base, o FMI enxerga o aprofundamento da crise imobiliária chinesa como uma das principais ameaças ao seu cenário de crescimento global. Essa avaliação reflete o grande desafio político que o país terá pela frente para restaurar a confiança doméstica, ao passo em que busca assegurar a estabilidade financeira dos entes privados e governos regionais. A instituição projeta um crescimento de 5,0% para a China em 2023.