A divulgação dos resultados preliminares dos Índices de Gerentes de Compras (PMI) do mês de março medidos pela S&P Global surpreendeu os analistas em direções opostas. Enquanto que por um lado o PMI de serviços veio bem acima do esperado (54,3 vs. 50,1 pontos), por outro o PMI da indústria caiu abaixo do patamar neutro de 50,0 pts (49,8 pts) quando as expectativas apontavam para 52,2 pts.

Esse quadro contrasta com o dos primeiros meses do ano, quando um maior vigor da atividade manufatureira veio acompanhado de uma desaceleração dos serviços. Esse movimento aparentava ser o início do arrefecimento de um setor que apresentou uma resiliência notável nos anos após a pandemia de covid-19, ao passo que o setor industrial, que se viu imerso em problemas de natureza tanto conjuntural como estrutural nesse mesmo período, ensaiava uma recuperação.

A despeito dessa reversão inesperada da composição da atividade econômica, a surpresa altista do setor de serviços contribuiu para catapultar o resultado do PMI composto para 53,5 pts, de 51,6 pts em fevereiro, atingindo o maior nível em 3 meses.

Esses dados dos PMIs são relevantes em termos de mensuração do nível de atividade econômica porque eles configuram um bom indicador antecedente, ajudando a afastar, pelo menos no curto prazo, os temores de recessão da economia americana.