Como esperado, o atual Diretor de Política Monetária do Banco Central foi ontem indicado para a Presidência da instituição a partir de janeiro de 2025, substituindo o atual Presidente Roberto Campos Neto. Desde a nomeação do Galípolo para a Diretoria do Banco Central a especulação entre os investidores é que ele seria o escolhido para a presidência quando o mandato do atual presidente acabasse.
Como Gabriel Galípolo já faz parte da diretoria da instituição a mais de um ano, sua nomeação para a presidência é positiva e não gerou grandes movimentações nos preços dos ativos financeiros. Entretanto, algumas dúvidas permanecem entre os investidores.
A principal pergunta que tem preocupado os investidores é se a futura diretoria terá a mesma persistência na busca da meta para a inflação se comparado à atual diretoria, uma dúvida que foi reforçada pela divisão da votação da reunião do Copom de maio de 2024, quando o Comitê decidiu reduzir a SELIC em 0,25 pontos de porcentagem, com 4 votos a favor de uma queda maior, de 0,5 p.p., todos dados pelos diretores indicados pelo atual governo, inclusive o voto de Galípolo.
Porém, desde então, não apenas as decisões de interromper a redução da SELIC foram tomadas por votação unânime de todos os diretores, assim como, nas últimas semanas, o Diretor Gabriel Galípolo tem dado declarações no sentido de indicar que não hesitará em aumentar a taxa de juros caso seja necessário para levar a inflação para a meta de 3,0% ao ano.
De qualquer forma, nossa avaliação é que será necessário algum tempo e decisões claramente técnicas para que a credibilidade seja integralmente reestabelecida.