A discussão sobre a Reforma Tributária tem se concentrado primordialmente em definir que setores devem ter alíquota menor que a alíquota padrão no final do processo. Pouco tem sido discutido sobre o valor da alíquota padrão. O problema é que este valor vai depender da quantidade de setores e produtos que terão alíquotas menores que a padrão. As avaliações de diferentes observadores indicam que a alíquota padrão deverá ficar entre 25% e 30%.
Aproximadamente 175 países adotam o Imposto sobre Valor (IVA) no mundo. Em média, a alíquota padrão destes países é de 19,2%. Os tributos sobre consumo correspondem, a aproximadamente 30% do total das receitas tributárias dos países da OCDE. O país que aplica a menor alíquota é Andorra, 4,5%, e a maior alíquota é praticada pela Hungria, com 27%. Nova Zelândia tem uma alíquota de 15% e o México de 16%.
As avaliações de diferentes observadores indicam que a alíquota padrão deverá ficar entre 25% e 30% para manter estável a arrecadação dos impostos sobre consumo. Este o valor depende da quantidade de exceções à alíquota padrão que serão aceitas pelo relator para aprovar a Reforma. Se estas estimativas estão corretas, será uma alíquota no limite superior da maior alíquota hoje vigente, bem maior que a média dos países que adotam o IVA.
O nível elevado da alíquota padrão é o resultado de um nível de gasto público excessivamente elevado que hoje já atinge 33,5% do PIB e do grande número de exceções e irá penalizar principalmente o setor de serviços que terá sua carga tributária substancialmente elevada. O Arcabouço Fiscal em discussão no Congresso agrava este problema ao propor aumentar o gasto do governo em 70% do aumento de receitas nos próximos anos. Um péssimo sinal para a competitividade e o crescimento da economia brasileira.