Ontem, o Banco Central divulgou o IBC-Br que apresentou crescimento de 0,23% na comparação mensal, acima das expectativas do mercado de estabilidade. Além disso, a leitura de maio foi revisada de 0,36% m/m para 0,39%m/m e julho foi de -0,41% m/m para -0,59% m/m. Com isso, o carrego estatístico para o IBC-Br ficou em 0,6% no 3º trimestre e em 2,9% para 2024.
No mês de agosto, os três grandes setores da atividade (indústria, comércio e serviços) apresentaram resultados mistos. Primeiramente, o setor de serviços registrou queda de 0,4% m/m, influenciado pelo desempenho negativo de algumas categorias importantes, entre elas comunicação e transportes. Por outro lado, embora o setor de varejo tenha apresentado queda de 0,3% m/m, tal resultado veio melhor do que as expectativas de -0,6% m/m. Além disso, a produção industrial apresentou crescimento de 0,1% m/m, em linha com as expectativas, acumulando crescimento de 2,4% em 12 meses.
Além disso, o mercado de trabalho continua surpreendendo positivamente. Nesse sentido, o Caged mostrou a criação de 232,50 mil vagas, ligeiramente abaixo das expectativas, enquanto a taxa de desemprego recuou para 6,6%, a menor taxa de desocupação para um trimestre móvel encerrado em agosto na série histórica. Nesse contexto, vale destacar o avanço da população ocupada, sendo acompanhado pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentou elevação.
Por fim, a perspectiva para a atividade econômica permanece positiva, uma vez que o mercado de trabalho permanece aquecido e os indicadores de crédito apresentaram melhora recentemente. Por um lado, o bom desempenho dos setores neste início do ano gera um viés positivo em termos de atividade, por outro reforça a percepção de necessidade de cautela do Banco Central na condução da política monetária, uma vez que a resiliência da economia pode se traduzir em fonte de pressão inflacionária nos próximos meses.