Ontem, o Banco Central divulgou a Ata da última reunião do Copom. Embora o comitê tenha destacado que o cenário-base não se alterou substancialmente, interpretamos o comunicado de maneira mais hawkish tendo em vista aos destaques relacionados ao mercado de trabalho doméstico e ao aumento de incerteza externa.
Em relação ao cenário interno, apesar do arrefecimento nas projeções de alimentação para o curto prazo, foi destacado a resiliência da atividade econômica com destaque para o crescimento real dos salários, dificultando a desinflação de componentes subjacentes e intensivos em trabalho.
Além disso, o comitê enfatizou a maior dependência dos dados nas próximas reuniões. Nesse sentido, caso a incerteza permaneça elevada, alguns membros cogitam a redução do ritmo de distensão monetária a partir de junho.
De maneira geral, a alteração do horizonte do foward-guidande parece prudente uma vez que o ambiente de maior incerteza requer maior flexibilidade para a condução da política monetária. Assim, as chances de redução de ritmo em junho aumentaram. Por fim, continuamos com 9,5% para a Selic terminal, com um corte de 50 bps em maio e mais três cortes de 25 bps nas reuniões seguintes.