A divulgação do resultado preliminar dos Índices de Gerentes de Compras (PMI) do mês de agosto mostrou um quadro geral de fraqueza da economia global bem mais intensa do que a prevista. Esse dado é relevante em ternos de mensuração do nível de atividade econômica porque se configura como um bom indicador antecedente, contendo informações relevantes sobre diferentes setores da economia (indústria e serviços).
Na Zona do Euro o PMI composto atingiu a mínima dos últimos 33 meses, saindo de 48,6 para 47,0 e frustrando as expectativas de uma queda marginal para 48,5. Por outro lado, o PMI industrial surpreendeu para cima, saltando para 43,7 quando a estimativa dos analistas era de manutenção no mesmo nível de julho (42,7). O PMI de serviços foi o que mais surpreendeu negativamente, abandonando o patamar de expansão de julho (50,9) e entrando em território contracionista (48,3) em agosto, caindo bem mais do que a projeção de 50,5.
A Alemanha, maior economia da Zona do Euro, foi o país no qual os PMIs surpreenderam significativamente para baixo. O PMI composto caiu para 44,7, atingindo o nível mais baixo em 39 meses. O PMI de serviços, por sua vez, deixou para trás o patamar de expansão (acima de 50) e recuou para 47,3 em agosto quando a expectativa era de uma desaceleração bem mais modesta, de 52,3 para 51,5. Já o PMI industrial até se elevou um pouco em relação a julho (39,1 ante 38,8), mas ainda permaneceu muito abaixo do patamar de 50 pontos.
No Reino Unido, as frustrações foram generalizadas entre o PMI composto (47,9 ante expectativa de 50,3), industrial (42,5 ante expectativa de 45,0) e o de serviços (48,7 ante expectativa de 50,7). O mesmo ocorreu nos Estados Unidos, com o PMI composto apresentando queda de 52,0 para 50,4 (expectativa de 51,8), o industrial saindo de 49,0 para 47,0 (expectativa de 49,0), e o do setor de serviços saindo de 52,3 para 51,0 (expectativa de 52,0).
A piora generalizada nos PMIs pelo segundo mês consecutivo aumenta consideravelmente a chance de a Zona do Euro voltar a registrar contração econômica no 3º trimestre. Já para o caso norte-americano o impacto pode recair sobre a redução das apostas de uma nova alta de juros de 25 pontos-base por parte do Fed, uma vez que outros dados da economia americana continuam a sustentar a tese da ocorrência de um “pouso suave”.