Economia

Publicado em 14 de Fevereiro às 18:13:06

Inflação mais alta impõe ainda mais cautela ao Fed

A inflação medida pelo CPI (índice de preços ao consumidor) superou as expectativas (0,2% m/m) em janeiro, avançando 0,3% m/m. O mesmo ocorreu com o núcleo de inflação (que desconsidera as variações ocorridas nos preços dos alimentos e da energia). Por essa métrica a alta foi de 0,4% m/m, ao passo que as estimativas eram de avanço de 0,3% m/m.

Com esse resultado mensal, na comparação anual de janeiro, a inflação cheia nos Estados Unidos arrefeceu de 3,3% a/a para 3,1% a/a, enquanto o núcleo de inflação repetiu o número de dezembro (3,9% a/a). Apesar disso, ambas as leituras vieram acima do esperado (2,9% a/a e 3,7% a/a, respectivamente).

Levando em conta os itens que compõe o índice, os sinais mais promissores vieram dos preços no setor de bens e de energia, este último muito impactado pela dinâmica mais benéfica dos preços dos combustíveis. Já pelo lado dos itens que mais contribuíram para a alta do índice cheio tivemos uma aceleração da inflação de aluguéis (0,6% m/m, ante 0,4% m/m) e de alimentos (0,4% m/m, ante 0,2% m/m). Por fim, a esperada contribuição dos preços dos serviços para o processo de desinflação não se concretizou, com a inflação mensal acelerando de 0,4% m/m para 0,7% m/m na passagem de dezembro para janeiro.

Apesar desse dado ruim de inflação, a métrica favorita do Banco Central norte-americano (Fed) é o PCE (índice de preços de gastos com consumo), que deve apresentar uma alta mais modesta, e não o CPI. Ainda assim, essa divulgação reforça o nosso cenário do início do ciclo de corte de juros se dando mais tardiamente, na reunião de junho. Na nossa opinião, para que o cenário do mercado (de corte de juros em maio) se concretizasse, as surpresas positivas com os dados de atividade, mercado de trabalho e inflação teriam que se repetir durante todos os meses, o que já não ocorreu com o dado de inflação de janeiro.

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