Os dados de inflação continuam a preocupar os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil. Nos Estados Unidos, o Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE) mostrou crescimento de 0,3% em fevereiro em relação a janeiro, um pouco abaixo das expectativas dos analistas, que apontavam para uma variação de 0,4%. Entretanto, o núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, veio em linha com as expectativas.
Em termos anuais, o PCE apresentou variação de 2,5%, pequena aceleração em relação a janeiro, quando havia atingido 2,4%, e o núcleo do índice mostrou pequena desaceleração, atingindo 2,8%, contra 2,9% em janeiro. Em ambos os casos bem acima da meta para a inflação que é de 2,0% anual.
Ao mesmo tempo, os gastos com consumo mostraram crescimento bem acima das expectativas, 0,8% no mês de fevereiro em relação a janeiro, enquanto a renda pessoal cresceu 0,3%, com queda da taxa de poupança. Em outras palavras, a demanda continua sendo o motor do crescimento da economia americana.
No Brasil, o IPCA-15 veio acima das expectativas dos analistas, em 0,36%. Entretanto, a composição do índice mostrou importante melhora, com desaceleração da inflação de serviços subjacentes de 0,65% em fevereiro para 0,40% em março. Ainda assim, acima do nível compatível com a meta de 3,0% para a inflação em 2024.
O problema é que, após um período relativamente longo de queda, a taxa de inflação está mostrando estagnação em níveis acima das metas nos dois países, o que preocupa os respectivos bancos centrais, principalmente nos Estados Unidos. Caso este processo continue, poderá inviabilizar o início da redução da taxa de juros no país ainda em 2024.