O medo de recessão na economia americana gerou forte reação negativa no mercado financeiro no início da seção de ontem. Frente aos seus pares de economias desenvolvidas, o Dólar abriu com forte desvalorização, os Treasuries em queda e o índice VIX, que mede o grau de incerteza dos mercados, em forte elevação.

Ao mesmo tempo, as moedas dos países emergentes, em especial o Real, o Peso Mexicano e o Rands da África do Sul sofreram forte desvalorização no início do pregão.

Diante da reação fortemente negativa do mercado financeiro, alguns analistas chegaram a sugerir a possibilidade de que o Fomc convocasse reunião extraordinária e antecipasse um corte na taxa de juros.

Ao longo do dia, os dados dos PMIs e do ISM, tanto dos Estados Unidos quanto a nível global, acima do nível de cinquenta, nível que indica desaceleração, amenizaram as preocupações dos investidores quanto ao desempenho da economia americana. Com isto, os preços dos ativos financeiros arrefeceram as quedas ao longo do dia, mas continuaram a precificar quedas importantes nas taxas de juros nos Estados Unidos nas próximas reuniões do Fomc.

A pergunta é se os dados de sexta feira são o início de uma tendência ou um ponto fora da curva. Continuamos a avaliar que o dado do mercado de trabalho é apenas um dado e não deve ser considerado uma tendência. A economia americana continua mostrando sinais de resiliência, com mercado de trabalho ainda apertado. A menos que novos dados negativos apontem para um aumento da probabilidade de que uma recessão, o Fomc deverá iniciar o processo de queda dos juros em setembro, com redução de 0,25  pontos de porcentagem, como antecipado.