Após a divulgação do IPCA-15 do mês de julho, que apresentou deflação de -0,07%, menor que as expectativas dos analistas que apontavam para uma deflação de -0,03% e com uma composição bastante positiva, nossa avaliação é que a probabilidade de o Copom iniciar o processo de queda da SELIC com redução de 0,5 pontos de porcentagem aumentou significativamente.
Além de a média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada do índice cheio ter estabilizado a partir de fevereiro e entrado em trajetória de queda a partir de maio de 2023, desde abril a média dos núcleos e a inflação de serviços, cujas médias móveis trimestrais dessazonalizadas e anualizadas estavam na casa de 6,5% a 8,0% ao ano, respectivamente, entraram em desaceleração. A média dos núcleos que estava em 6,5% em abril caiu para 4.0% no mês de julho e a inflação de serviços desacelerou de níveis próximos a 8,0% em março para 5,5% no mês de julho.
Ainda que os índices continuem muito acima das metas para a inflação, a queda dos núcleos e dos preços dos serviços começam a mostrar os efeitos da política monetária contracionista e justificam o início do processo de queda da SELIC na reunião da próxima semana do Copom. Neste contexto, dado o elevado diferencial entre a taxa SELIC e a taxa neutra de juros, não seria surpresa se o Copom iniciasse o processo com uma queda de 0,5 pontos de porcentagem e não de 0,25 p.p. como prevíamos.